Vivemos num tempo em que o dinheiro compra tudo. Compra carro, casa, comida, profissões, pessoas e até almas! Tudo virou mera mercadoria... Tudo é rápido e fácil de conseguir... E consequentemente tudo que compro é meu!
Desde que o homem riscou um pedaço de terra no chão e disse "É meu!" o problema da propriedade privada surgiu. Não é a toa que temos guerras territoriais (já diria Bush), lutas de grupos como o MST, luta de classes entre pobre e rico e até governos lutando por produtos (já diria Lula e a luta dos royalties do petróleo).
Tudo isso pode parecer uma comparação boba, mas eis onde quero chegar:
Acabamos por levar todos esses conceitos históricos e políticos para nossas relações amorosas.
Acreditamos que é possível comprar o amor do outro e tratar nosso companheiro como uma mercadoria, que é minha, que posso usar a hora que bem entender e que ninguém pode usufruir!
É cada vez mais inaceitável que em pleno século XXI ainda pensemos de uma forma tão medieval, tão atrasada, tão fria e desumana.
A relação entre duas pessoas só deveria acontecer se existir algum sentido para que ambos fiquem juntos e não apenas para cumprir um papel social (maridinho e mulher), um papel que muitas vezes não nos cabe.
Meu companheiro não é meu! Eu não sou dele! Somos sozinhos... E não estou falando "sozinho" de amigos, familiares... Estou falando que no mais íntimo de cada um, no mais humano de cada um, nós somos sozinhos... Quando envelhecermos vamos perceber que a única coisa que temos, é nós mesmos e nossas experiências, nada mais. Vamos entender que passamos a vida inteira tentando fazer do outro nossa propriedade privada, quando na verdade o outro tem capacidade plena de viver a vida como bem entender... Vamos olhar no espelho e ver um ser humano velho que não viveu como queria, que não foi feliz... Sozinho...